segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Ser assim





Nem tudo o que aparento é
Sendo
Assim
Ser ou não ser
É algo além do que se mostra.
Apenas

É.

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

CANÇÃO DE AMOR DA JOVEM LOUCA - Sylvia Plath


CANÇÃO DE AMOR DA JOVEM LOUCA - Cerro os olhos e cai morto o mundo inteiro... 
Sylvia Plath

Cerro os olhos e cai morto o mundo inteiro
 Ergo as pálpebras e tudo volta a renascer (Acho que te criei no interior da minha mente) 
Saem valsando as estrelas, vermelhas e azuis,
 Entra a galope a arbitrária escuridão:
 Cerro os olhos e cai morto o mundo inteiro. 
Enfeitiçaste-me, em sonhos, para a cama, 
Cantaste-me para a loucura; beijaste-me para a insanidade.
 (Acho que te criei no interior de minha mente) 
Tomba Deus das alturas; abranda-se o fogo do inferno: 
Retiram-se os serafins e os homens de Satã: Cerro os olhos e cai morto o mundo inteiro.
 Imaginei que voltarias como prometeste 
Envelheço, porém, e esqueço-me do teu nome. 
(Acho que te criei no interior de minha mente) 
Deveria, em teu lugar, ter amado um falcão 
Pelo menos, com a primavera, retornam com estrondo 
Cerro os olhos e cai morto o mundo inteiro: 
(Acho que te criei no interior de minha mente) 

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Desterro


Todos os dias
A cidade me brinda e me estapeia.
Como nao ver seu mar verde azulado sem sentir o odor do descaso, da ignorancia?
Como nao amar as arvores , aquelas que ainda resistem a voraz especulacao?
(E como fechar ps olhos para a populaçao invisivel de nossa cidade?)
Os que vagam com olhos de espanto
E os que nem ousam erguer seus olhos,
Todos os dias Desterro se mostra atraves de Florianopolis,
Todos os dias Floriano esmaga a Desterro que -ainda assim -insiste em nos,
Sobrevive em algum local dos nossos sonhos.



Tatiana 29/10/2014

domingo, 30 de março de 2014

Até a dor se finde.



Chegar ao fundo, tocar com os pés o que há ali...
Embeber-se de toda a dor que possa haver.
Sentir, deixar sentir, fluir... E deixar ir.
Pegar impulso - bem forte - rumo à superfície.

(30/03/2014)

pintura by Tatiana - circa 2000.

quarta-feira, 5 de março de 2014

Por um instante apenas



Cerro os olhos e cai morto o mundo inteiro 
Ergo as pálpebras e tudo volta a renascer

(Acho que te criei no interior da minha mente)

— Sylvia Plath

sábado, 1 de fevereiro de 2014

Sobre o silêncio - e de como nem sempre aprendemos suas lições.

Le Tombeau Des Lutteurs, 1960 Print by Rene Magritte


Somos seres meio estranhos, nossos processos de
cognição são inprevisíveis e imponderáveis.
Não penso mais que aprendamos pela observação do 
erro de outros, ou do resultado destes erros. 
Muitas vezesnão aprendemos nem a partir de nossos próprios erros, ou acertos.
Ou perseveramos nos erros, o que significa reincidir no sofrimento - ou como
quer que se chame, ou se considere o que ocorre - decorrente destes erros.
Não posso supor que seja simplesmente burrice, ou medo 
de agir de outro modo, ou de imaginar diferentes alternativas - chamam isto apego.
Crescer é complicado pra todo mundo, 
processo que pode estacionar, mas nunca cessa.
O germe de ir em frente fica ali, impelindo, até que destravamos.

Só que, muitas vezes, amadurecer significa dar as costas a algo
a que estamos apegados. E, exatamente por isto, precisa ser 
deixado de lado.

Pas trés facile

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Sobre o silêncio - e outras lições.



O silêncio é mais eloquente que quaisquer palavras. Principalmente,
dá ao outro tempo para refletir, coisa que as palavras (ou ações) não permitem.
Clarifica intenções, define o que poderia haver nas entre linhas.

E o silêncio pesa, se estende e domina. Um hiato que não se finda, 
mas o que se ofereçe como alternativa para seu fim é 
tão ou mais definitivo que este hiato.

Denso. Definitivo.

domingo, 19 de janeiro de 2014

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

De como a Arte traduz, transforma e ajuda a transcender a dor.


Não penso que arte seja a solução para o mundo, ou a panacéia para os males terrenos. Tão pouco a arte resolve todos os nossos conflitos internos...

Mas, muitas vezes, ao elaborar uma composição, seja de que espécie ou modalidade seja, trabalhamos também conteúdos internos que estão direta ou indiretamente ligados a causas de aflições ou angústias nossas - algumas de que nem temos consciência, e que, embora permaneçam na obscuridade, estão neste processo sendo de alguma maneira reelaborados.

Na  ilustração temos uma  tela de Frida Kahlo, "The dream in bed". Frida foi uma pintora mexicana que pintou suas dores físicas e suas angústias com extrema veemência.

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Sabia quem eu era quando me levantei hoje de manhã, mas acho que já me transformei várias vezes desde então...


"Alice" fala a muitos por evocar os vários eus 
que nos povoam, e o quanto o mundo ainda pode ser inesperado,
algumas vezes inóspito, mas sempre interessante - e a vida sempre uma trajetória 
que nos agrega os mais diversos tipos de conhecimento e 
- muitas vezes - algo divertido.



sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Living in Wonderland



“I can't go back to yesterday because I was a different person then.” ― Lewis CarrollAlice in Wonderland

“But I don’t want to go among mad people," Alice remarked."Oh, you can’t help that," said the Cat: "we’re all mad here. I’m mad. You’re mad.""How do you know I’m mad?" said Alice."You must be," said the Cat, or you wouldn’t have come here.” ― Lewis CarrollAlice in Wonderland