quinta-feira, 27 de novembro de 2014

CANÇÃO DE AMOR DA JOVEM LOUCA - Sylvia Plath


CANÇÃO DE AMOR DA JOVEM LOUCA - Cerro os olhos e cai morto o mundo inteiro... 
Sylvia Plath

Cerro os olhos e cai morto o mundo inteiro
 Ergo as pálpebras e tudo volta a renascer (Acho que te criei no interior da minha mente) 
Saem valsando as estrelas, vermelhas e azuis,
 Entra a galope a arbitrária escuridão:
 Cerro os olhos e cai morto o mundo inteiro. 
Enfeitiçaste-me, em sonhos, para a cama, 
Cantaste-me para a loucura; beijaste-me para a insanidade.
 (Acho que te criei no interior de minha mente) 
Tomba Deus das alturas; abranda-se o fogo do inferno: 
Retiram-se os serafins e os homens de Satã: Cerro os olhos e cai morto o mundo inteiro.
 Imaginei que voltarias como prometeste 
Envelheço, porém, e esqueço-me do teu nome. 
(Acho que te criei no interior de minha mente) 
Deveria, em teu lugar, ter amado um falcão 
Pelo menos, com a primavera, retornam com estrondo 
Cerro os olhos e cai morto o mundo inteiro: 
(Acho que te criei no interior de minha mente)