terça-feira, 28 de novembro de 2017

Urban Trash Art




Rodrigo e Pado, dois artistas que utilizam lixo urbano para produzir suas peças.

https://sustentabilidadesocial.wordpress.com/about/

quinta-feira, 16 de novembro de 2017

"Você tem medo, ou é verdade?" (um mero exercício literário...)


(Mas sim, percebo o quanto pessoas  assim são como um abismo: você encara o abismo, o abismo te encara.)


Determinado tipo de pessoas são abismos
Você encara o abismo, o abismo te chama
E mesmo quando você dá as costas e caminha em sentido inverso ao abismo, ele continua ali

A premência do abismo resiste, lhe ocupa a mente como se ainda ocupasse sua visão

Quando e se somos nossos próprios abismos, como é difícil fugir ao fascínio de nos atirarmos pra fora de nós!
Controvertido, controverso, contra o verso...

 “Olhe para fora e sonhe. Olhe para dentro e desperte” (Carl Jung)





Aquele que luta com monstros deve acautelar-se para não tornar-se também um monstro. Quando se olha muito tempo para um abismo, o abismo olha para você.

Friedrich Nietzsche


NOTA: Sobre abismo, a palavra
substantivo masculino

Significado de Abismo
Precipício profundo; despenhadeiro, profundidade insondável: a estrada serpenteava por entre abismos.
Sorvedouro, voragem.
[Figurado] O oceano.
O que divide, separa profundamente: um abismo separa as duas mentalidades.
O extremo, o último grau: um abismo de perversidade.
Desastre, ruína: a empresa está à beira do abismo.
[Figurado] O caos, as trevas, o inferno.

Sinônimos de Abismo
Abismo é sinônimo de: escuridão, declínio, decadência, caimento, mistério, ruína, despenhadeiro, barranco, abisso, profundeza, precipício, eversão, queda

Definição de Abismo
Classe gramatical: substantivo masculino
Flexão do verbo abismar na: 1ª pessoa do singular do Presente do Indicativo 
Separação silábica: a-bis-mo
Plural: abismos 


OUTRAS INFORMAÇÕES SOBRE A PALAVRA
Possui 6 letras
Possui as vogais: a i o
Possui as consoantes: b m s
A palavra escrita ao contrário: omsiba

domingo, 29 de outubro de 2017

Dear Friend

Paul McCartney- Dear Friend


Inicio esta postagem sem saber exatamente por onde, nem aonde exatamente vai dar. É sobre os outros mas também sobre mim, minhas incoerências, minhas certezas e minhas pretensões. (Sei que) É de incertezas que a vida se faz, e é necessário nos acostumemos e até conformemos com este seu aspecto. 
(Mas) Penso que é triste quando a gente se propõe a ouvir alguém, e o que está pessoa tem a dizer é especialmente cortante, porque de alguma maneira ressoa de forma estranha em ti. E percebe que não está capacitada, por uma série de questões anteriores, e ainda percebe também que esta pessoa não, não deseja de modo algum te ouvir. Ela não quer ou não consegue, não vem ao caso. 
E ainda quantas pessoas existem por aí em situação igual ou pior. E sim, não há o que fazer. Você apenas precisa agora pensar egoisticamente em se preservar.
Aí você se percebe falha e impotente, e isto meio que te irrita, pois que no fundo há em ti uma prepotência que a fazia julgar-se alguém capacitada a este tipo de auxílio, não sabe porque cargas dágua. Mas não, você é apenas um ser como qualquer outro, navegando na incerteza e prenhe de angústias, como qualquer outro. Talvez um pouquinho pior, apenas.

"Você tem medo, ou é verdade?"
Mas sim, percebo o quanto pessoas  assim são como um abismo: você encara o abismo, o abismo te encara. 

sábado, 14 de outubro de 2017



Peter Gast

Caetano Veloso
  
Sou um homem comum 

Qualquer um 

Enganando entre a dor e o prazer 
Hei de viver e morrer 
Como um homem comum 
Mas o meu coração de poeta 
Projeta-me em tal solidão 
Que às vezes assisto 
A guerras e festas imensas 
Sei voar e tenho as fibras tensas 
E sou um 
Ninguém é comum 
E eu sou ninguém 
No meio de tanta gente 
De repente vem 
Mesmo eu no meu automóvel 
No trânsito vem 
O profundo silêncio 
Da música límpida de Peter Gast 
Escuto a música silenciosa de Peter Gast 
Peter Gast 
O hóspede do profeta sem morada 
O menino bonito Peter Gast 
Rosa do crepúsculo de Veneza 
Mesmo aqui no samba-canção 
Do meu rock'n'roll 
Escuto a música silenciosa de Peter Gast 
Sou um homem comum

domingo, 24 de setembro de 2017

Eli Heil

Brincando de rodas e rodinhas - 1968

 Morro - 1963

Pássaro - 

http://www.enredoconteudocriativo.com.br/single-post/2015/04/27/Eli-Heil-e-sua-arte-libertadora-de-seres
http://eliheil.org.br/

domingo, 13 de agosto de 2017

Nostalgia via imagem




Tudo são garrafas jogadas ao mar. Tentativas possivelmente inúteis de comunicação ao nada.Na tarde em que tirei esta foto, meu pai já tinha morrido; eu ainda não sabia. Estava indo pra escola dar as aulas da noite, e meu ex-marido foi me buscar. Ao invés de irmos para casa, ele me levou para a casa do nosso filho caçula. Esta mudança de planos toda já me deu a certeza de que meu pai tinha morrido, e que eles estavam buscando uma maneira mais suave de me dar a notícia. 
Quando eu cheguei lá eu já sabia. Meus dois filhos estavam lá. Me fizeram sentar, e contaram, ou eu falei, não lembro mais.Tudo o que pensei foi "E agora, a quem vou ligar pra peguntar se estiver com alguma coisa?" Porque ele sempre gostou de dar conselhos, e eu, mesmo sabendo o que fazer perguntava, só pra deixar ele feliz. Dor de garganta, gargarejar com água quente e sal. Dor de cabeça, com certeza é fígado, você tem isto desde criança.Tudo bem que fazia uns seis meses que você, pai, não tinha mais forças pra me aconselhar. Mas eu ainda queria você vivendo bem mais que os seus 89 anos. Egoísmo, ou amor.
Uma semana depois que você morreu sonhei contigo. Estava em pé! Depois de seis meses de cama sem levantar pra nada. Não falou nada... Só olhou para mim com um olhar bem lindo. Quatro anos se passaram.Muitas saudades.O mundo ficou bem vazio sem você, velhinho ranzinza.

quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Epifania de figura

Foto de tatiartes em 9/08/2017


A figuração não é nem busca, é um encontro, estás passando e záz...
Quando eu era criança sempre enxergava um índio com cocar, de perfil, em um dos azulejos do banheiros de casa, bem à direita de um espelho. Na verdade era um defeito na estampa, mas eu buscava, no meio de todos, e sempre encontrava o índio com o cocar, e aquilo de alguma maneira era um encontro feliz para mim.
Adulta, voltei à casa do meu pai depois de um tempo fora. O banheiro continuava com os mesmos azulejos. No entanto, por mais que eu tivesse procurado, e de fato procurei, não estava mais lá o índio com seu cocar.Daí me percebi realmente adulta, e senti falta do tempo em que me permitia enxergar índios com cocares em azulejos de banheiros.


quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Canção da Infância - Peter Handke

Quando a criança era criança,
andava balançando os braços,
queria que o riacho fosse um rio,
que o rio fosse uma torrente
e que essa poça fosse o mar.

Quando a criança era criança,
não sabia que era criança,
tudo lhe parecia ter alma,
e todas as almas eram uma.

Quando a criança era criança,
não tinha opinião a respeito de nada,
não tinha nenhum costume,
sentava-se sempre de pernas cruzadas,
saía correndo,
tinha um redemoinho no cabelo
e não fazia poses na hora da fotografia.

Quando a criança era uma criança
era a época destas perguntas:
Por que eu sou eu e não você?
Por que estou aqui, e por que não lá?
Quando foi que o tempo
começou, e onde é que o espaço termina?
Um lugar na vida sob o sol não é apenas um sonho?
Aquilo que eu vejo e ouço e cheiro
não é só a aparência de um mundo diante de um mundo?
Existe de fato o Mal e as pessoas
que são realmente más?
Como pode ser que eu, que sou eu,
antes de ser eu mesmo não era eu,
e que algum dia, eu, que sou eu,
não serei mais quem eu sou?

Quando uma criança era uma criança,
Mastigava espinafre, ervilhas, bolinhos de arroz, e couve-flor cozida,
e comia tudo isto não somente porque precisava comer.
Quando uma criança era uma criança,
Uma vez acordou numa cama estranha,
e agora faz isso de novo e de novo.
Muitas pessoas, então, pareciam lindas
e agora só algumas parecem, com alguma sorte.
Visualizava uma clara imagem do Paraíso,
e agora no máximo consegue só imaginá-lo,
não podia conceber o vazio absoluto,
que hoje estremece no seu pensamento.

Quando uma criança era uma criança,
brincava com entusiasmo,
e agora tem tanta excitação como tinha,
porém só quando pensa em trabalho.

Quando uma criança era uma criança,
Era suficiente comer uma maçã, uma laranja, pão,
E agora é a mesma coisa.

Quando uma criança era criança,
amoras enchiam sua mão como somente as amoras conseguem,
e também fazem agora,
Avelãs frescas machucavam sua língua,
parecido com o que fazem agora,
tinha, em cada cume de montanha,
a busca por uma montanha ainda mais alta,e em cada cidade,
a busca por uma cidade ainda maior,
e ainda é assim,
alcançava cerejas nos galhos mais altos das árvores
como, com algum orgulho, ainda consegue fazer hoje,
tinha uma timidez na frente de estranhos,
como ainda tem.
Esperava a primeira neve,
Como ainda espera até agora.

Quando a criança era criança,
Arremessou um bastão como se fosse uma lança contra uma árvore,
E ela ainda está lá, chacoalhando, até hoje.

domingo, 23 de julho de 2017

Índios modernos, ou: nós.

Continua tudo igual, mudaram apenas cenários e figurinos dos protagonistas.E enquanto nos seduzem com novos espelhos reluzentes e outras bugigangas, nos conduzem mais e mais exatamente a nosso próprio cadafalso.Sedados e satisfeitos, nunca dizemos não.



Moema - Victor Meirelles (1866)