domingo, 26 de abril de 2015

"A arte de perder" – Elizabeth Bishop


A arte de perder não é difícil de dominar
Tantas coisas parecem cheias da intenção de serem perdidas
Que sua perda não é um desastre.
Perca alguma coisa todos os dias
Aceite o contratempo de perder as chaves da porta
A hora gasta inutilmente.
A arte de perder não é difícil de dominar.
Depois, pratique perder mais, perder mais rápido
Lugares, nomes, situações… tantas coisas
Eu perdi duas cidades, dois rios, um continente
Eu os perdi, mas não foi um desastre.
Até mesmo perder você, a voz brincalhona
aquele gesto que eu adoro
Eu não terei mentido, é evidente
A arte de perder não é difícil de dominar
embora sempre continue parecendo um desastre.

Anti- sintagma





Do ilusório de dilacerar-se por um quase nada.

Escolha ou destino?

Desacerto e desatino.

domingo, 29 de março de 2015

L'avventura - Legião Urbana

Quando não há compaixão
Ou mesmo um gesto de ajuda
O que pensar da vida 
E daqueles que sabemos que amamos ?

Quem pensa por si mesmo é livre
E ser livre é coisa muito séria
Não se pode fechar os olhos
Não se pode olhar pra trás
Sem se aprender alguma coisa pro futuro

Corri pro esconderijo
Olhei pela janela
O sol é um só
Mas quem sabe são duas manhãs

Não precisa vir 
Se não for pra ficar
Pelo menos uma noite
E três semanas

Nada é fácil
Nada é certo
Não façamos do amor
Algo desonesto

Quero ser prudente
E sempre ser correto
Quero ser constante
E sempre tentar ser sincero

E queremos fugir
Mas ficamos sempre sem saber

Seu olhar
Não conta mais histórias
Não brota o fruto e nem a flor

E nem o céu é belo e prateado
E o que eu era eu não sou mais
E não tenho nada pra lembrar

Triste coisa é querer bem
A quem não sabe perdoar
Acho que sempre lhe amarei
Só que não lhe quero mais

Não é desejo, nem é saudade
Sinceramente, nem é verdade

Eu sei porque você fugiu
Mas não consigo entender


#saudadesRenatoRusso


 

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

(In)Definição - quase - relâmpago:



Definir-me em poucas palavras? Pensa bem, "poucas palavras", ... eu? Custa...Mas se for para me definir em muitas palavras, ficarei horas pensando, já que a quantidade de opções é quase interminável. Aliás, o que era mesmo pra fazer, definir-me?

Você acaso já definiu a si mesmo, seja em que âmbito ou esfera possa se tratar? conhece alguém cujo ego seja "definido"? Um parente, amigo de um amigo, coisa assim?
Bem difícil, certo. Se ficassem praticando auto-definições provavelmente lhes sobraria bem pouco tempo pra viverem. Imaginem os bancários se auto-definindo, enquanto filas e filas se formariam no banco ensandecido.Não, não.
Cá com meus botões concluo que esta história de definir-se é uma balela tão grande quanto este texto. (10 linhas, só enrolar + que dá redação pra concurso...conteúdo? O que ser isto?)