domingo, 29 de março de 2020

Este não é um post #goodvibes - pero que...

(imagem do facebook)

Março de 2020  e percebo no ar a efervescência de  novas "teorias".  
Enquanto dados específicos são divulgados, e sabemos que são subestimados sim, venho observando as diversas formas de enfrentar este momento histórico, por parte das pessoas, nas #redessocias. Porque é a fonte de que disponho no momento, e, claro, o crivo é apenas meu. #fiqueemcasa
Uns disseminam vídeos e textos que misturam realidade com aventações* que chegam a ser delirantes, visões de apocalipses e que sim, de certa maneira têm motivo para isso sim, porque estão de fato se sentindo acuadas e as redes sociais são o meio que encontram para expressar o que sentem e encontrar ecos. 
Outros tecem realidades romantizadas, aguardando mudanças profundas no ser humano a partir da experiência que está vivenciando, e que uma nova era irá surgir depois desta "limpeza planetária". 
[Será que só eu acho esta ideia cruel? E, revendo a história humana, e outras situações de catástrofes que já aconteceram, será que se observou uma tão grande evolução, posteriormente?]
Outros ainda vociferam contra quaisquer forma de cuidado que possa interferir no andamento da economia nacional, inventando mitologias diversas, estapafúrdias mesmo, e retuitando-as mil vezes, porque "uma mentira retuitada mil vezes torna-se verdade".
[Muuuuuuu]
Em meio a isto tudo, aqui estamos nós tentando estabelecer formas de viver o confinamento sem sofrer  mais que o necessário, aprender algo com isso, tentar levar o aprendizado para a vida e, quem sabe, ajudar alguém no caos. E é muita coisa. Há ações que podemos fazer sem sair de casa, na medida de nossas possibilidades, por exemplo apoiar quem realmente não está conseguindo dar conta. Aqui na cidade estão acontecendo várias iniciativas bacanas, e estão sendo divulgadas. Penso que em todas as cidades do país isto está ocorrendo. População em situação de rua, comunidades mais carentes...Mesmo sendo com pouquinho dinheiro ajuda, mesmo. Um vizinho que está com mais dificuldades. Apoiar a arte, porque artista também come e precisa pagar contas. Não se trata simplesmente de caridade, é de fato pensar que estamos sim juntos neste momento. 
Com relação a nós mesmos, e remetendo à figura que ilustra o post, refletir a respeito de ações relativas a nós mesmos, nossos pensamentos, a maneira como nos posicionamos diante da crise, desta crise. E que pode ser transposto para crises em geral. Com reação ao verbo "agradecer", vejo-o não exatamente como um "agradecer ao mal em si", mas agradecer ao aprendizado decorrente deste mal". 
Tudo na vida são intenções e proposições. Se é para nós nos propormos a alguma coisa, que ao menos seja algo bom... Alcançar é um patamar acima, que podemos conseguir, ou não. Mas precisamos dar o melhor de nós, e depois considerar que, naquele momento, fizemos o possível, na medida que éramos capazes naquele momento.
Este não é um post #goodvibes, embora pareça muitíssimo. 

*Sobre a palavra aventações - que não existe, mas:
Falar hipoteticamente sobre algo. Considerar uma possibilidade.




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